De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20110413

POEMA À MINHA MÃE


Num lindo jardim nasceu
há muitos anos, há tantos,
uma árvore muito forte.
Mais forte do que um rochedo,
mais linda que um vasto mar.
Naquele jardim cresceu
muitos anos. Nem sei quantos.
Viessem ventos do norte,
nada lhe metia medo.
Resistia sem vergar.

Em dias sem vendaval,
em lindas noites de prata,
foi testemunha, calada,
de muitos beijos de amor
dados com muita paixão,
lá p'rós lados do Choupal.,
Mas a Lua, sempre ingrata,
trai sonhos a gente amada
amada até que o alvor,
lhes faça ver a traição.

Serás sempre, minha Mãe,
inspiração, nos meus actos
que exijam força, coragem
e muita abnegação.
E em todo o meu percurso,
tu és minha luz, também,
até nos queridos pratos
que cozinho, sempre à margem,
do meu saber, por lição,
aprendida no meu curso.

Tu é que tinhas razão.
Pôr teorias em prática
só resulta, se sentirmos
amor pelo que fizermos.
Seja o que fôr, não importa.
E tu disseste-me, então,
àcerca da matemática:
Se do pouco extrairmos
o que, demais, nós quisermos,
a conta sai mesmo torta.

E é por isso que agora,
pelo tanto que aprendi,
faço bem contas à vida,
para viver mais feliz,
tal como sempre quiseste.
As minhas contas, embora,
tirando aqui, pondo ali,
estão todas bem na medida.
Cortei o mal pela raiz.
Faço o que sempre fizeste.

Como é bom saber-te bem.
Adoro-te, minha Mãe!
Maria Letra
Dezembro de 2003

6 comentários:

chica disse...

Lindíssima tua homenagem! Um beijo,chica

Maria Letr@ disse...

Obrigada, Chica. Beijinhos

Unknown disse...

Uma homenagem maravilhosa Mizita, porque Mãe há só uma!

Beijinho,
Ana Martins

Lázara papandrea disse...

que bela homenagem poética! que bom que você veio ao meu blog me permitindo encontrar as tuas belas letras! carinhoso abraço

Maria Letr@ disse...

Sem dúvida, Ana Martins! A minha já fez 94 anos... Como eu a adoro!
Obrigada pela visita. Bjnhs.

Maria Letr@ disse...

Olá, Lázara Papandrea! E que bom tê-la visitado, porque passei a ler, também, Tânia Orsi Vargas. È um prazer enorme conhecer quem escreva bem. Os meus poemas não requerem uma interpretação para além das palavras. Eles 'servem' o prato já com os contornos, enquanto que o que as duas e(e não só) escrevem, exigem um bom discernimento, fazendo-nos pensar, refletir. Um abraço.