De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20220729

 Caros Seguidores deste meu blogue, 

Por razões meramente pessoais, tenho vindo a negligenciar, sistematicamente, a publicação  de novos textos, do que peço desculpa.

O facto de ter dispersado os diferentes temas sobre os quais escrevia, por vários blogues diferentes, ocupava grande parte do meu tempo disponível, consequentemente, estava longos períodos sem publicar fosse o que fosse. Decidi, portanto, concentrar tudo numa só página, subdividida em secções, por tema, e criei o site

                                                               https://marialetra.com

o qual espero mereça a mesma atenção que sempre gentilmente dispensaram às minhas publicações, no passado.

Desde já agradeço a V/ visita e respectiva subscrição.

Maria Letr@



20210523

AUTO DE SUBSERVIÊNCIA

………………………………

Entrande, gentinha, entrande!
Vinde que aqui nós sabemos
que já não há quem comande
quem entra. Todos cabemos!
Antre quem veo e quem foi,
estuve gente que dezia
“Levo barriga de boi
e a borsa... não vai vazia.”

Tam bem que foram cuidados!
Oitras férias voltarão.
Com uns reis e uns cruzados
terão sol, cerveja e pão.
P’ro ano vós veniredes.
Quiçá ‘inda cá estaremos.
Simpatia... vós teredes.
Sobreviventes… Veremos!
……………………………….

Maria Letr@
2021-05-23

20210521

LUZ E DESAIRE


Se muitas preocupações te manifestam

presenças que originam desapego

a valores que, do passado, ainda restam...

procura o que na vida gera sossego.


Liberta-te de penas que ainda sintas,

e que turvam a tua mente já cansada.

Luz e desaire são forças bem distintas.

Entrelaçam-se e confundem. Valem nada.


A luz em demasia ofusca a alma

que o desaire não deixa iluminar.

São duas forças diferentes a actuar.


Desamarra-te de tudo e busca calma.

Serás exemplo de força e de coragem,

e encherás de cores a tua imagem!


Maria Letr@

2021-05-21

 

20210506

QUERIA SER POMBA COM ASAS DE ESTANHO

 Se eu estivesse vivendo com a alma em Paz

seria glória e - quem sabe! - capaz
de poder transformar cada pena que eu tenho  
numa pomba branquinha com asas de estanho.

Voaria sem medo, e segura de mim.
 Nada temeria! Nem o meu próprio fim. 
Mas eu sou tumulto, espalho lava pela Terra
numa luta permanente pelo fim da guerra.

Revolta-me saber que há crianças a morrer.

Representam a esperança a perecer
num quadro cruel, tremendamente imoral.
 
Revejam-se as regras impostas, caducas,
ditadas por quem, de mentes cutucas,
não distingue a diferença entre o Bem e o Mal.

Maria Letr@

 

20210404

A NOVA PÁSCOA

A NOVA PÁSCOA

Acorrentados num espaço
que nos protege dum mal
que de morte sabe tanto...
se percorrermos o traço
da nossa vida global,
- do passado e do presente -
banhar-nos-emos em pranto
ao vermos pobres de amor
mascando ressentimentos
por quem em paz se consente
ausência de sentimentos.

A Páscoa vivida agora
jamais será como outrora!

Maria Letr@
2021-04-02

20200201

QUISERA TER SABIDO COMPREENDER


Quisera ter sabido compreender
mil coisas dum passado que foi meu,
e teria soltado o meu querer,
deixando que o meu corpo fosse teu.
 
Sufoquei meu amor por tantos anos,
procriando e amando mil afectos,
mas tudo o que fazia era só danos
num quadro de mil traços, inquietos.

O que resta de mim, pode ser pouco,
mas basta para que possa recordar-te
e não chorar o tempo que perdi.

Foste essência num grande amor que, louco,
nunca se apercebeu que, para amar-te,
meu doce bem, bastava crer em ti.

20191111

AMOR DO NORTE


AMOR VINDO DO NORTE

E sendo eterno o nosso grande Amor...
que eterna seja, também, a felicidade
de vivê-lo até ao fim das nossas vidas.
Nenhum de nós é hoje devedor
seja do que for. Em liberdade,
contámos muitas metas atingidas.

Não quereria sobreviver à tua morte,
mas quereria que sobrevivesses tu, à minha
e que a vida sãs vontades não me negue.
Estou presa a um Amor vindo do norte,
o qual matou as dores que, outrora, eu tinha
e se tornou a luz que sigo e que me segue.

Maria Letr@
P_1956F21

20191005

INCOERÊNCIAS DA LEI


INCOERÊNCIAS DA LEI

As leis devem ser cumpridas!
São duras, mas não faz mal
se com justiça criadas
e com justiça votadas
p'ra todo o crime, em geral.
Porém, há casos chocantes
tanto nas mal concebidas,
como nas mal aplicadas.
Vejamos só este caso...
as taxas que nós pagamos
dentro de assaz curto prazo:
Quando um pobre ser, coitado,
tem um precalço na vida
e vê-se, então, condenado
a não poder liquidar
todas as contas do mês...
seu sossego...era uma vez!
Por qualquer valor em débito,
nem que sejam poucos euros,
penhoram-lhe a própria casa,
e o salário que tem,
em tempo record. Pois bem...
Se, no entanto, um ministro,
ou outro VIP qualquer
que tenha um certo poder...
cometer um acto-crime
que lese gente, em geral,
será também condenado,
contudo, o tempo que leva
a resolver o seu caso,
dá-lhe tempo p'ra girar
os seus bens p'ra outro nome
...ou até divorciar-se.
Esse, nunca morre à fome!
Podemos ter a certeza.
O tempo que vai levar
o seu caso a resolver...
dá pano p'ra muita manga
enquanto o pobre, impotente,
fica doente... e de tanga.
Esse, o que tiver - pouco ou nada -
não precisa desse tempo
e, com a casa penhorada,
só poderá ir pensando
onde meter a família
porque até mesmo a mobília
que comprou, sacrificado,
vendeu para ir pagando
aquilo que deve ao Estado.
Pode, bons anos depois,
o VIP vir a ser preso
mas, raramente indefeso,
terá sempre gentil oferta
duma alternativa aberta
por um qualquer “bom amigo”...
Pois é com pesar que vos digo
que há leis no nosso país,
que não cortam males pela raiz.

Maria Letr@

INCOMPETÊNCIA EM ACÇÃO


Fazer humor da desgraça
não pode ter qualquer graça...
Depois... há aqueles programas
em que se abusa dos dramas.
Que perguntas inconvenientes
são feitas por incompetentes!!!
Acaba de ser anunciado,
que alguém foi assassinado!
Perguntam a um seu parente:
- Por favor... como se sente?
- E você, seu atrasado?
  Vá chagar para outro lado!
- dá vontade de dizer.
Que sede de ver sofrer!!!
São perguntas que se façam?
Em vez de acalmarem... maçam!
Pegam em dramas actuais,
recheiam-nos de muitos ais,
amarram-lhe um fio à volta
e... só de ver... nos revolta!
Mas que jornalismo é este?
Não haverá quem proteste?

Maria Letr@